sábado, 27 de outubro de 2012

Fanfic: Kuroshitsuji III




Kuroshitsuji III Capitulo 5 Velho conhecido

Era possível ouvir barulhos de uma bota na noite silenciosa. Elas caminhavam bem rapidamente e uma sombra se esgueirava pelas ruas. 
-Vejamos, vejamos- dizia o dono daquelas botas barulhentas. –Acho que é você... – A estranha pessoa se põe a frente de um homem já velho e com longos cabelos brancos. 
O homem não entendia o que era aquilo, aquela figura estranha em sua frente, ele estava paralisado perante aquele ser excêntrico.
-Bem, espero que você esteja preparado para... – Nessa hora ouviu-se o barulho de uma serra elétrica e a pessoa completou - MORRER-. Era inconfundível, aquele barulho, aquela voz, era ele com toda certeza. Grell estava de volta com seus dentes de tubarão, sua veste vermelha e seu longo cabelo e sem esquecer a sua foice estilizada. 
Ele avançou para cima do homem que sem reação foi rasgado pela sua “serra” e as memórias de sua vida deixaram seu corpo como se fossem rolos de filmes.
-Bem, este foi mais um... Essas pessoas não cansam de levar uma vida desgraçadamente ruim? – Questiona Grell sentado no chão ao lado do corpo todo ensanguentado. Ele estava desanimado segurando sua foice e apreciando o sangue que ali estava. 
-Acho que vamos fazer uma visita Grell- Uma voz ao fundo surgiu fazendo Grell desviar seus olhos entediados para o lado e ver uma pessoa parada a poucos metros de distancia dele.  
-Você? Aqui? Mas... – Grell questiona a estranha visita enquanto ela se aproxima a calmos passos. 
Ele se aproximou de Grell que estava sentado no chão e deu uma risada extremamente cômica e descontrolada. 
-Undertaker... – Diz Grell olhando para o alto e vendo aquele homem todo de preto, com cabelos cinza encobrindo seus olhos e seu enorme chapéu extravagante. 
-Bem Grell, vamos lá? Acho que você vai gostar do que vai encontrar- Ele deu uma risadinha e prosseguiu dizendo – Ciel Phantomhive, você está sempre surpreendendo... – Ele olhava para o homem estendido numa poça de sangue com os olhos esbugalhados e parecia estar pensativo com algo. 
Já na enorme mansão de Myra as coisas estavam confusas e atrapalhadas. Ciel chegou junto de Myra, se seu pai visse o estado que Ciel estava certamente às coisas dariam errado, então Ciel fez algo que não fazia há muito tempo. Deu uma tarefa para Sebastian. 
-Sebastian- Gritou Ciel entrando pela porta da frente da enorme mansão e acompanhado de Myra. 
Sebastian se apresentou a sua frente e ficou assustado com o estado de seu mestre, com as roupas todas em frangalhos e com feridas pelo corpo, mas apesar de tudo Ciel caminhava como se nada tivesse acontecido. 
-Bocchan... – Sebastian ficou meio sem reação ao ver aquilo, mas Ciel não parecia abalado, ele estava firme e deu a ordem sem titubear. 
-Sebastian, faça algo para despistar o nobre, é uma ordem-. 
Myra ficou olhando a atitude de Ciel e a reação de Sebastian ao receber a ordem. Ele fez uma leve reverencia na frente de Ciel e disse “Yes My Lord”.  Aquela atitude a fez deduzir que Ciel tinha um contrato com Sebastian, mas Ciel era um demônio, como seria possível? 
Agora a tarefa era despistar o nobre e foi isto que Sebastian foi fazer. Antes que o nobre pudesse sair de seu quarto, Sebastian adentra rápido e começa a tagarelar. 
-Meu nobre, for favor, permaneça em seus aposentos. – Sugeri Sebastian
-Por quê? Saia da minha frente mordomo, eu quero ver minha filha, já era para eles terem chegado, eu vou matar aquele seu protegido... – O velho nobre se apressou e caminhou em direção a Sebastian que disse - Por favor, meu nobre... Tenho uma canção mágica para você- 
-Canção? Que diabos você está fazendo? 
Sebastian engoliu seco e depois fechou os olhos e começou a cantar uma canção bem familiar que ecoou por toda mansão “O que é feito de aço será roubado, será roubado, será roubado”. 
Sua voz era forte e bonita, era possível escuta-la em todos os cantos da mansão e ao ouvir o que ele estava cantando, Ciel se lembrou da vez que enfrentou um dos capangas de Angela e Sebastian o tomou em seus braços o salvou. 
-Essa música?... – Ciel estava trocando de roupa em seu quarto de empregado enquanto Myra estava em seus aposentos repleto de luxo. Ela se lembrava da atitude de Ciel. A brava atitude de Ciel realmente chamou atenção de Myra. Ele foi bravo, incrível, as balas não podiam mata-lo e no fim ele estendeu a mão para ela com um belo sorriso. Ninguém tinha feito isso até hoje... Era realmente perturbador, mas ela não queria acreditar que ele fez isto tudo apenas pelo contrato que eles tinham, ela queria crer que havia algo mais, mas ela apenas ignorou este pensamento dizendo - Que bobagem, ele é meu servo, fará tudo que eu mandar sem questionar, esse foi o nosso contrato-.
O quanto onde Ciel vivia era apertado, tinha espaço apenas para uma cama e uma minúscula janela, havia um espaço para suas roupas e nada mais. Era apertado e bem diferente do que ele estava acostumado em sua vida de conde, mas ele não se importava, ele não sentia cansaço, fome ou coisas do tipo, então o conforto não lhe era necessário como antes, mas apenas a nostalgia tomava conta de seus pensamentos. 
-Esse cheiro... – Pensa Ciel consigo mesmo enquanto terminava de arrumar sua roupa de mordomo... 
Era um cheiro forte que estava em seu quarto, ele não podia identificar o que era, mas depois de fazer uma rápida procura em seu quarto ele pode achar o gato em baixo de sua cama. Ele havia feito suas necessidades ali, estava sossegado e tranquilo embaixo da cama de Ciel o que o deixou completamente irritado. 
-Maldito gato... Ainda não entendo porque o Sebastian ama tanto esses gatos e muito menos porque o trouxe para cá-
Ciel suspira fundo e apenas trata de tirar o gato do seu quarto, mas quando ele o segura no colo para leva-lo para fora ele sente algo estranho. O modo que o gato lhe olhava, era como se ele fosse alguém, alguma coisa, tudo menos um gato. Era realmente desconfortável. 
Ele abriu a porta e colocou o gato para fora dizendo - Fique ai, vá procurar o Sebastian, ele te ama, eu não-. O gato ficou sentado na frente da porta de seu quarto e olhando para Ciel com um olhar meio e carinhoso. 
Ciel desvia o olhar e apenas bate a porta sem dar importância para a expressão doce do gato.
Parece que a canção de Sebastian fizera o velho dormir em sono profundo e amanhã de manhã ele não irá lembrar-se de nada que aconteceu hoje. 
Depois de tudo Ciel estava intrigado com uma coisa, porque aquelas pessoas haviam atacado Myra? Porque ela se sentia tão feliz ao sair de casa? Ela realmente quase não saia, mas porque seu pai tomava essa atitude? Ele havia notado também nesse tempo todo que eles não tinham uma relação muito próxima, era como dois estranhos que viviam na mesma casa. Ele nunca tinha perguntado a Sebastian os termos do contrato feito por ele e o nobre, mas talvez fosse hora de tirar isto a limpo. 
Pela manhã Sebastian saiu na companhia do velho nobre... O dia estava nublado e ele parecia estar apreensivo.
-Sebastian, eu tenho medo... – Disse o velho enquanto caminhava com seu mordomo pelas ruas. 
Estava tudo deserto, não havia pessoas andando na rua àquela hora, só ele e seu mordomo, seu fiel mordomo. 
-Não tenha medo meu lorde, eu estou aqui. Sebastian não parecia muito confiante nisso, ele o olhava com uma expressão de desdém. 
Eles caminharam até um determinado ponto até o velho começar a conversar com Sebastian. O desespero parecia tomar conta dele de alguma forma. 
-Sebastian, meu fiel mordomo. Há quanto tempo estamos juntos? Meu fiel escudeiro, nunca me deixou. Ainda me lembro do dia que nos encontramos pela primeira vez. 
Nessa hora memórias tomaram conta de sua mente ele se lembra do dia em que sua casa estava em chamas, sangue por todo o lado, todos mortos, não havia vida, apenas destruição e ele estava agonizando no chão, sua vida parecia sumir diante de seus olhos até que uma voz de fundo surge lhe oferecendo ajuda. 
-É isso que você quer?- Questiona a voz de fundo enquanto ele estava agonizando no chão. 
-Sim, eu aceito, mas me salve, limpe minha vergonha, é isso que eu quero-. 
-Era isso que eu desejava poder, uma linhagem de prosperidade para minha família, reestabelecer meu nome e minha honra, ir atrás daqueles que destruíram tudo que era meu. Ser eterno. Graças a você é isso que eu tenho Sebastian. 
A história dele e de Ciel eram muito parecidas, isso era inegável, mas no fundo ele não era como o pequeno conde da família Phantomhive, ele era mais fraco, mais vulnerável. Sua alma não lhe era tão saborosa. 
Sebastian ouvia tudo que seu mestre dizia, mas parecia não estar interessado naquela nostalgia, ele queria se alimentar logo, o quanto antes e no fundo ele sabia que a alma do velho logo seria dele. 
-Eu sinto que minha jornada esta chegando ao fim, que nosso pacto logo será cumprido, meu velho amigo. 
Nessa hora Sebastian desferiu-lhe um olhar de desdém, parecia que a ideia de ser amigo daquele velho não lhe agradava muito. No fim era apenas caça e caçador, ele era apenas sua refeição e nada mais.
Naquela manhã eles trataram de ir a um lugar muito especial. Uma renomada casa de prostituição. O velho nobre era adepto dessas práticas libertinagem. Ele possuía vários negócios escusos que iam desde tráfico de drogas até prostituição e assassinatos. 
-Meu pai? Meu pai sempre foi envolvido com diversos crimes, acho que ele não é o exemplo de simpatia e amizade aqui na frança-. Mira e Ciel caminhavam juntos pelo enorme jardim da mansão. A conversa estava realmente fluindo e Ciel de fato conseguira encontrar suas respostas. 
-Aquele dia, aqueles homens, eles queriam me matar para atingir meu pai, ele sempre foi alvo de ataques, mas desde que Sebastian apareceu aqui tudo mudou. Acho que no fundo eu não me importaria se matasse ele, eu acho que finalmente eu poderia descansar.
Ciel se surpreendeu com a revelação de Myra, ela não parecia nutrir um ódio tão grande por seu pai, ele sempre a tratara muito bem, ela sempre tivera tudo que quis e ostentava a sua grande arrogância por pertencer a uma família nobre. Era realmente surpreendente.
-Aquele dia, você me salvou... Eu queria te agradecer... – Antes que ela pudesse concluir sua frase, Ciel tratou de corta-la dizendo - Não, não precisa me agradecer, temos um contrato, lembra-se? Eu te darei o que você busca e você dará o que eu quero.
Ela se calou por um instante e seguiu dizendo - Eu quero a morte dele, eu quero a morte do meu pai... Quero que ele seja destruído e quero chegar ao topo, tomar tudo que é meu por direito. 
Ciel se espantou com a resposta dela, ainda mais por ela ter dito isso tão calmamente enquanto acariciava sua bela flor que estava desabrochando em seu jardim, mas dentro de si algo parecia crescer, um prazer, uma vontade incontrolável de devorar aquela alma repleta de ódio e trevas. Ela era realmente saborosa e deveria ser apreciada com cuidado. 
-Sebastian!- Aquela voz era inconfundível, era claro que Sebastian sabia quem era, mas ele não podia acreditar. 
-Vamos nos amar aqui, eu e você juntos para o resto da eternidade, Sebby... – seguiu a voz e a face de desprezo estava estampada cara de Sebastian. 
Grell se apresentou na frente de Sebastian que estava com o velho ao seu lado. Com sua “foice da morte” customizada ele abriu um sorriso e disse - Anwww, você é lindo como sempre Sebby, venha comigo, vamos assumir nosso amor de vez. 
-Você conhece esse/essa louca?- Questiona o nobre
-Esse? ESSE? ESSE?! Como você se atreve a dizer isso a uma dama? Você não reconhece a beleza feminina em mim?- Grell parecia estar enfurecido, mas Sebastian tratou de cortar o assunto dizendo. 
-O que deseja que eu faça com essa pessoa, meu lorde? 
-Mate, eu não estou interessado em interferências.
-Sim, meu senhor, como desejar-. 
Sebastian partiu para cima de Grell usando seus típicos talheres como arma e Grell esbanja um sorriso largo e profundo e disse – O amor irá fluir, venha até mim e vamos nos amar profundamente-.
Sua foice foi de encontro aos talheres de Sebastian, era possível ver as faíscas da colisão das duas armas. Grell sorrindo e Sebastian sério e compenetrado sem um sorriso. Os dois estavam realmente medindo forças. 


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